Hoje
tive a oportunidade de conversar com duas profissionais da educação, a
professora Maria Selma e a assistente pedagógica Elaine Cardoso. Ambas
trabalham na educação infantil de uma escola renomada que fica em Brasília. Elaine
se formou no curso superior de pedagogia e trabalha a seis anos na área, os primeiros
três anos como auxiliar pedagógica e os últimos como assistente pedagógica. Já Maria
Selma fez o magistério de 87 a 92 e em 2005 concluiu a graduação em pedagogia
também.
O
objetivo da conversa é perceber qual é a visão que elas têm sobre a relação da
escola com a família, tendo por base as experiências profissionais das duas.
Como vocês vêm à relação Escola-família? Essa
parceria influencia no processo de ensino-aprendizagem?
Elaine:
Atualmente, percebemos que as crianças estão entrando cada vez mais cedo nas
escolas. Porém, percebemos também, que muitos pais não estão preocupados com o
processo de ensino-aprendizagem, transferindo a responsabilidade apenas para o
educador. Quem atua na área educacional sabe perfeitamente, que é de estrema
importância que haja uma parceria entre família e escola. Os pais precisam
entender que a disponibilidade deles para acompanhar o desenvolvimento
educacional dos filhos, irá contribuir significativamente no processo da
aprendizagem. As instituições de ensino por sua vez, devem proporcionar aos
pais possibilidades para esse envolvimento.
Maria
Selma: Hoje em dia nós vivemos em uma sociedade diferente
de anos atrás. Os pais trabalham o dia inteiro e deixam seus filhos com babás,
como na maioria das vezes elas não conseguem educarem as crianças e essa
responsabilidade acaba sendo transferida para a escola. Só que os pais não
percebem que a educação tem que vir de casa. A relação escola-família é
fundamental, pois quando a escola tem uma visão e a família tem outra a tendência
é que a criança apresente problemas. É uma via de mão dupla.
Vocês acham que hoje essa relação acontece de
forma distinta de anos atrás? Por quê?
E:
Enquanto educanda, não consigo enxergar diferença na relação entre escola e
família nos dias atuais e há anos atrás. Não posso responder por todas as
instituições, mas vejo desinteresse da parte das escolas e das famílias. Não me
recordo de ter meus pais envolvidos em nenhuma atividade, projeto ou reuniões
que não fossem para entrega de notas.
M.S.:
Eu já consigo perceber muita diferença. Antigamente nós buscávamos ajuda da família a fim de solucionar dificuldades dos
alunos e conseguíamos o apoio delas, isso fazia com que os problemas fossem
resolvidos ou amenizados mais rápido. Atualmente, boa parte das vezes que
procuramos esse auxílio, ao invés de encontrar apoio nós nos deparamos com pais
que querem justificar e não corrigir algo de “errado” que esteja acontecendo.
Quais foram e são as suas maiores
dificuldades que vocês se deparam?
E:
A maior dificuldade que posso citar, é a falta de comprometimento dos pais, e
muitas vezes, a omissão e falta de compromisso por parte da instituição.
M.S.:
Acho que a maior dificuldade é essa, de buscar ajuda e cooperação e não
encontrar.
O que você acha que poderia ser feito para
melhorar essa relação?
M.S:
Acho que a criação de projetos de interação com os pais pode ser uma possível
solução. Trazer a família para a escola, não somente em dia de reunião, mas
sempre. E é claro que a escola e os professores também devem quere tê-los por
perto e o pais também devem querer participar.
E:
Concordo. A criação de projetos é uma saída para a questão.
Essa é a visão de duas
pessoas que embora tenham experiências distintas concordam em alguns pontos. Em
breve trarei a visão de uma família para termos uma ideia de como os dois lados
vêem essa questão.
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